Em concessionárias de energia, desde a criação dos primeiros sistemas supervisórios, os benefícios de monitoramento foram pronunciados, permitindo uma maior qualidade e preservação de ativos de alto custo. Mas o que diferencia um bom sistema SCADA (Supervisão, Controle e Aquisição de Dados) de um sistema de gestão de ativos?
Em um bom supervisório, o operador possui em sua tela trechos de distribuição ou transmissão, inúmeros transformadores, disjuntores e bancos de capacitores à mostra, com medições em tempo real de dados e alarmes. Não é preciso mencionar que o volume de informações não processadas é gigantesco. O operador se concentra em itens chave e alarmes que identificam condições anormais de operação e manutenção, e que requerem intervenção.
Por outro lado, um bom sistema de gestão de ativos deve buscar eficiência e redução de custos. O foco não é indicar que ocorreu um problema, mas evitar os problemas e reduzir o custo de processos, maximizando a vida útil e o ganho com cada ativo.
Por ser um sistema focado no ativo, a exibição é sempre individual, levando ao operador uma informação completa do ativo. Para não serem necessários mil operadores para monitorar mil ativos, este sistema precisa identificar comportamentos anormais que levarão a falhas, antes que elas ocorram, chamando atenção de um único operador, que acompanhará diversos ativos.
Apenas exibir dados coletados não ajuda na redução de custos. É preciso transformar dados em informação. Deve-se identificar qual o tamanho de um corpo de engenharia que consiga com sucesso antecipar falhas em um parque de transmissão do tamanho da região centro-oeste ou a região de distribuição de uma cidade como São Paulo.
É preciso estabelecer se o sistema transforma correntes em imagens térmicas alarmando quando se desviar das condições ideais que maximizarão a vida útil, se ele acompanha a evolução de gases dissolvidos em transformadores demonstrando que ocorrerão falhas, se informa como está a potência transferida no tempo informando as perdas. Desta forma, o sistema torna possível que os atuais corpos de engenharia desempenhem suas funções com sucesso, alcançando o benefício da maximização da vida útil do ativo.
A gestão de ativos permite ainda a migração de uma manutenção baseada no tempo para uma abordagem na condição, a manutenção preditiva. Um exemplo claro se dá ao se observar o número de operações e carga de um disjuntor ou um comutador de transformador, na qual a manutenção preventiva teve seus tempos estabelecidos baseados na média do maior e menor tempos de desgaste. Ao fazer a manutenção com base na condição, amplia-se a manutenção em componentes situados em ambientes mais críticos e aumenta-se o tempo entre intervenções onde a necessidade é menor, reduzindo o custo de manutenção por redução de intervenções corretivas e menor necessidades de troca de peças. Com essa abordagem, o segundo benefício é alcançado com sucesso.
Qualquer engenheiro que tenha estudado após os anos 80 e tenha entrado em contato com as metodologias de qualidade como Lean Seis Sigma, por exemplo, sabe que todo processo possui custos que podem ser evitados e uma eficiência que pode ser melhorada. Atualmente, em praticamente todas as concessionárias, há um departamento especializado neste tipo de procedimento. O desafio é entender como melhorar processos às cegas, sem informação. O sistema de gestão de ativos ainda carrega a tarefa de monitorar e prover dados que sejam úteis a estes departamentos, possibilitando a profissionais Green e Black Belts devolver cifras consideráveis aos cofres destas concessionárias. E este é o último benefício direto de sistema de gestão de ativos.
Alguns sistemas, como o integrado pela Spin Engenharia, ainda carregam funções adicionais, como a possibilidade de operadores sem conhecimento de programação desenvolverem novos analíticos que possam agregar valor e manter o software sempre atual. Também é possível otimizar a transmissão de informação através da customização de telas, inserir analíticos preditivos que, conhecendo a condição do ativo no passado, permitem estimar medições que ocorrerão em um futuro próximo, simulando cenários de operação e manutenção. A informação também pode ser compartilhada automaticamente por meio de e-mails, SMS e outros tipos de mensagens personalizadas para pessoas chaves no caso de ocorrerem alarmes ou desvio nas condições programadas de funcionamento. Desta forma, conseguimos ampliar ainda mais o campo de benefícios de um sistema de gestão de ativos.
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Fonte: Braga Magazine – Sistema de controle industrial baseado em SCADA