Com a promessa de implementar a digitalização em processos de produção e permitir gerenciar, analisar dados, ampliar resultados e reduzir perdas, o Mais Performance Moda dá um passo para levar a Indústria 4.0 ao interior do Rio Grande do Norte através de 120 oficinas de costura. A iniciativa muda a forma como gestores monitoram suas produções em uma das atividades mais tradicionais do Estado Potiguar. De acordo com os criadores do projeto, nos 10 locais onde o sistema já foi implementado de forma avançada, houve um ganho de eficiência de 15%. Em uma dessas oficinas houve ainda um aumento na produção de 90 peças por dia para cada colaborador, totalizando cerca de R$ 10 mil em vendas por mês.
Desenvolvido pela startup NUT – empresa focada em coleta e uso de dados – incubada no Inova Metrópole, o projeto piloto começou a ser produzido com um aporte de R$ 650 mil através do edital Digital.BR, uma iniciativa da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), no qual foi selecionado em 1º lugar. Nessa fase, cerca de 60 oficinas foram contempladas, sendo 50 com o software e 10 com a solução completa, que abrange também o hardware, um dispositivo que permite com que colaborador registre cada peça que produz em tempo real. Na segunda fase, mais 60 oficinas serão contempladas com a solução, totalizando 120.
O projeto está presente em 15 cidades do interior potiguar. São elas, Jucurutu, Florânia, Cruzeta, Equador, São Fernando, Tangará, São Vicente, Cerro Corá, Acari, Santa Cruz, Parelhas, Bodó, São José do Seridó, Jardim do Seridó e Santa Cruz. A perspectiva agora é evoluir para a segunda fase, chamada de escala, a partir de um novo edital no qual deve ser submetido em setembro deste ano, com recurso de R$ 1,5 milhão.
A partir do entendimento da realidade de grande parte desses locais, que ainda utilizavam papel para anotar quantas peças foram produzidas, os criadores enxergaram a possibilidade da digitalização dos processos em tempo real.
Ainda seguindo o CTO, uma média de 20 mil dados são coletados por dia de apenas 10 oficinas que já tem o sistema implantado. “Quando você tem todos esses dados em um único local, um sistema, você consegue, na gestão, tomar decisões. Você consegue criar gráficos, começa a identificação de gargalos no modelo de produção”, complementa o CEO da startup, Thiago Paulmier, de 41 anos.
O hardware – dispositivo – é intuitivo e fica localizado na mesa de cada colaborador. Com dois botões: um vermelho e um verde, o colaborador indica quando termina cada peça. Esse modelo foi desenvolvido em cerca de três meses, quatro versões dele foram desenvolvidas e mais devem chegar no decorrer dos próximos passos. Estuda-se também utilização de Inteligência Artificial, através do aprendizado de máquina, que pode estudar os padrões da produção e notar alterações.
De acordo com Malaquias, o Mais Performance pode ser implantado em qualquer segmento com linhas de produção bem definidas, que tenham trabalho manual e que precisem contar o tempo, como no setor de fabricação de calçados ou móveis. A intenção é oferecer a setores industriais menos desenvolvidos, a oportunidade de monitorar dados. A empresa também recebe apoio do Sebrae RN, que mantém relação há mais de 10 anos com as oficinas do interior do Estado através do Programa de Industrialização do Interior (Pró-Sertão).
Ferramenta ajuda a economizar tempo e reduzir perdas
Uma das oficinas que passou a utilizar a solução e é uma das mais avançadas nesse processo de implementação é a Angel, localizada em Acari. O local já existe há cerca de 12 anos, e possuía em seu início mais de 30 funcionários. Todos precisavam anotar em uma folha de produção, colada na máquina de costura, quando terminavam de produzir cinco peças. De acordo com a gestora da oficina, Angela Maria dos Santos Silva, 38, nesse tempo, cada funcionário deixava de fazer cerca de 10 peças. No final do dia, em média 90 peças deixavam de ser produzidas.
“Antes era tudo manualmente, tudo no caderno e agora usamos o programa no computador e está tudo prontinho. Era mais demorado, bem mais demorado, levava mais tempo e deixava as pessoas mais presas. Algumas pessoas a gente podia colocar na produção para ajudar a sair mais produção e agora não, é só apertar ali no aparelhozinho. No final do horário, quando vamos contar a produção, já está tudo pronto”, detalha a gestora.
Ainda de acordo com ela, foi possível notar um aumento de R$ 10 mil a partir do crescimento na produção, por mês. “Eles ganharam muito tempo e produção com isso, a partir dessa ferramenta. No momento que a eficiência do colaborador melhora, a gente consegue ganhar tempo e dinheiro. Tudo melhora. No mês eu aumentei R$ 10 mil reais no meu caixa em poucos meses”, diz.
A gestora percebeu uma maior motivação por parte dos funcionários, que passaram a motivar uns aos outros. A expectativa é usar isso para aumentar ainda mais a produção. “Eu enxergo que a gente vai conseguir melhorar isso. Eles trabalham mais satisfeitos porque ganharam tempo com isso. Eles conseguem ser mais rápidos. A gente consegue ver eles se motivando”, completa.
No futuro, ela pretende ter sua marca de roupas e abrir uma nova oficina com o mesmo tamanho da atual. De acordo com a empresária, o Mais Performance Moda a ajudou a dar um passo nessa realização. “Daqui a cinco anos, eu vou estar com outra célula de 30 pessoas também. Um dos meus sonhos, não sei se daqui cinco anos, mas sei que com essa economia financeira eu vou poder realizar, é ter minha marca própria. A partir dessa ferramenta, eu estou enxergando que posso melhorar em eficiência produtiva e economia financeira”, finaliza.
Fonte: Tribunadonorte.com.br – Indústria 4.0: digitalização vai ajudar oficinas a ganhar eficiência
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